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sempresolitaria

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25
Nov22

Tempestade

Sempre Solitaria

Uma atmosfera esquesita que engloba vários cenários unidos, num só lugar e num só ponto. Sinto uma ansiedade crescente, a respiração ofegante, uma dor no peito e um medo de desmaiar. Enquanto sinto várias ondas de emoções diferentes, ouço ao longe as risadas do destino. 

Eu devia ter tido juizo! Uma energia diferente abraça-me, no sentido de me acalmar mas eu estou uma pilha. Sinto o ar fresco da noite e o ambiente descontraído, contrasta com a inquentação da minha mente. Ainda falta tempo para voltar a sentir segurança no meu refúgio, tenho que aguentar por momentos este tormento, esta tempestade de sentimentos e ilusões talvez criadas pela minha mente.

A tranquilidade só surge na escuridão do quarto mais tarde, e a certeza de um sonho estranho como a noite.

28
Out22

Sonhos

Sempre Solitaria

Imagens diversas navegam ao sabor de caprichos de um inconsciente sem nexo, com uma história sem um guião pré - definido nem coerente. Uma montagem mal feita, de curtas metragens vividas durante o dia e que dançam na mente durante a noite, criando um filme duvidoso. No acordar de mais um dia, lembranças vagas do que se sonhou na noite anterior, pairam pela cabeça cansada de tanto sonhar. É um mundo misterioso o dos sonhos, por vezes parecem reais, outras vezes parecem que trazem mensagens escondidas mas tantas vezes são sonhos estranhos sem sentido.   Lembro - me sempre do que sonho, e recordo me de sonhos antigos. Raramente tenho pesadelos, mas não escapo aos sonhos aflitivos que parecem reais. 

29
Mai22

Outra dimensão

Sempre Solitaria

As mãos presas pela impotência de agir, o corpo estático em choque por algo que não consegue mudar. A voz perdeu a força e ficou muda. Os olhos mesmo sem venda não querem ver ao redor, e mesmo com eles fechados sabemos exatamente o que vai acontecer e as lágrimas ficaram retidas. Os ouvidos só conseguem captar o silêncio. Realidade sem nexo. É uma outra dimensão estranha sem sentido nenhum. O coração sente tudo, mesmo partido das várias desilusões espera desesperadamente a mudança. A mente guarda tudo em gavetas mas algumas caixas estão vazias.

23
Mai22

Prece

Sempre Solitaria

Uno as mãos numa prece silenciosa aos Deuses, Anjos e ao Universo. Com os olhos fechados murmuro palavras quase sem som, tão baixinho mas tudo o que digo é sentido. Peço perdão pelas minhas falhas e erros, como se costuma dizer "as desculpas não se pedem, evitam se", e eu estou arrependida. Por mais tempo que passe, não consigo esquecer as minhas acções nem a minha inércia. Por vezes sinto um peso no peito, como se estivessem a pisar mas deve ser apenas os remorsos acumulados. Outras vezes sinto uma ilusória paz, como se me quisessem acalmar. Enquanto acabo a minha prece, a chama da vela arde lentamente, como se transmitisse a minha mensagem ás divindades e ao universo. Espero algum dia, sentir alguma paz interior e agarrar as oportunidades de mudar algo, em vez de deixa-las fugir por entre os dedos.

29
Abr22

Guardiã

Sempre Solitaria

Com uma paz e uma serenidade que acalma o dia, a Guardiã vagueia por aí. Ninguém sabe o que ela guarda, é um mistério a sua missão. Talvez ela guarde os sonhos impossíveis, ou o aroma das flores ou talvez guarde a luz interior. 

A Guardiã é uma força invisível que se move na dança das energias, invisível aos olhos não crentes. Ninguém a vê mas sente se a sua passagem. 

27
Abr22

Ciclo

Sempre Solitaria

Tudo na vida é feito de ciclos, a duração de cada ciclo varia consoante várias variáveis. Tudo tem um início e um fim.

Páginas viradas e reviradas na ânsia de mudar o que não pode ser mudado, porque mais um ciclo se fechou sem eu dar conta. A luz foi diminuindo de intensidade até que se apagou aos meus olhos, e por uns momentos fiquei engolida na escuridão, até acender uma pequena chama e continuar a andar devagarinho.  Por caminhos sem placas nem direções, ando aos tombos sem ter mapa para me guiar.                            

Um novo ciclo se iniciou, sem avisar e nem veio com manual.

26
Abr22

Cruz

Sempre Solitaria

Toda a gente tem uma. Grandes ou pequenas, de cores diferentes, de materiais distintos e peso variado. A verdade é que toda a gente tem a sua cruz, invisível a olho nú mas a cruz está lá pregada nas costas. Não sei quando é que a cruz nos é dada, se no início da nossa existência ou no decorrer da vida. Não sei se o tamanho e peso da cuz, diminui ou aumenta ao longo da vida. Andamos todos por aí com uma cruz, nem sempre partilhamos a dimensão da nossa cruz aos outros, e nem vale a pena ignorar a sua presença porque a cruz está cravada em cada um de nós. 

21
Fev22

Maria Estrela

Sempre Solitaria

A noite já ia alta e as horas passavam sem parar. No silêncio Maria Estrela chorava baixinho, com a almofada em cima da cabeça para abafar qualquer soluçar mais alto, numa dor que não ia embora por mais que pedisse. Os lençóis já encharcados de lágrimas amargas que nem aliviava o peso nem a amargura. É na inexistência de palavras que tudo é dito e sentido, e ali não tinha ninguém para a ouvir. Num breve olhar pelo telemóvel, que anunciava as 4 horas da manhã e a certeza de não haver a quem ligar. Derramou lágrimas até secar e adormeceu num sono tranquilo. 

No despertar de mais um dia, de mais uma página em branco de existência, abriu os olhos sensíveis à luz do sol, e deparou se com os cacos de uma noite terrível. Na mente, reviu tudo o que aconteceu, cair na cama enquanto os comprimidos de várias cores espalhavam se pelo chão. Frascos de garrafa que antes continham álcool, amontoados na mesinha da sala, anestesiaram por momentos a dor que agora voltava. Na mesa da cozinha, uma folha escrita a tinta azul e borratada continuava lá. Agarrou-a e leu, acendeu o isqueiro e ao ver as chamas a queimar a folha, pensou:"Porque raio escrevi uma carta de despedida, se ninguém iria lê-la?" Tomou um banho rápido, vestiu-se e saiu para o trabalho, aonde era apenas mais um número para a estatística. Em piloto automático desempenhou as suas funções, no fim do dia regressou a casa. No refúgio do lar, limpou os cacos da noite anterior e preparou um chá. O anoitocer era o momento preferido dela, ver a lua a espreitar pela janela e as estrelas a aparecerem uma por uma no céu enquanto bebia o chá. Reconfortava pensar que um dia quando partisse para outra dimensão, ninguém iria sentir falta dela. Refletiu na parvoíce que ia fazer, afinal morrer é cair no esquecimento e ela já estava morta há muito porque ninguém se lembrava dela.

 

    

20
Fev22

Noite

Sempre Solitaria

No silêncio do início da noite, em que a escuridão inunda o espaço todo e a quietude é a protagonista, as pessoas regressam a casa. Nas rotinas de final do dia, quando a lua já espreita e as estrelas tímidas surgem no céu, luzes azuis acompanham o som de grilos cantores. A presença de uma ambulância estacionada ao lado de uma casa, é sinal de que algo aconteceu a um elemento do casal morador. Vizinhos olham a casa, impotentes por nada poderem fazer para ajudar e recolhem-se cada qual para sua casa. Ninguém notou que a morte andava à solta pelas ruas desertas, de uma pequena aldeia igual a tantas outras. A manhã chegou com o sino a informar que mais uma alma viajou para a outra dimensão.

12
Fev22

Maldição

Sempre Solitaria

No horizonte o sol estava tingido de cor de laranja, e a Celeste assistia ao espetáculo antes de começar a caminhada do dia. A Celeste não gostava de fazer o mesmo percurso todos os dias, como muita gente fazia por isso decidia o caminho à medida que ia caminhando pela aldeia. 

Nesse dia, numa encruzilhada decide virar à direita, afinal as caminhadas eram sempre calmas e tranquilas  pensando que no final nada de mal ia acontecer. Pé ante pé percorreu pela beira da estrada, distraída a observar tudo, à procura de um detalhe novo. Num minuto, viu a decoração nova do exterior de uma casa, noutro minuto aparece um animal escuro. Por uns segundos, Celeste fica petrificada ao reconhecer a cadela, recordou o histórico de ataques dela e gritou em pânico com medo de ser mordida. Quando deu por si, estava deitada no chão a ser mordida. Que maldição a dela, ser atacada duas vezes pela mesma cadela! O dono da cadela lá apareceu e levou a cadela para casa, sem perguntar se ela estava bem ou se precisava de algo. Como depresssa o ataque começou, depressa acabou. Como um animal ferido, a Celeste foi para casa e tratou das feridas. Ainda em choque e a tremer, ao ver o reflexo das feridas no espelho, estava grata por os ferimentos não serem graves. No anterior ataque, as feridas foram mais superficiais do que estas. Ficou desiludida com o comportamento do dono da cadela, que não demostrou nenhuma preocupação nem empatia. Que raio de maldição a dela, que até gosta de animais!

As feridas sararam com o tempo mas desenvolveu crises de pânico e não queria estar sozinha, deixou de fazer as caminhadas. Nunca mais passou pela estrada aonde foi atacada.

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