Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

sempresolitaria

sempresolitaria

25
Mai20

Ela

Sempre Solitaria

Ela olhou para mim com ternura e sorriu. Avançou na minha direção e abraçou me. Um abraço carinhoso e quente, apertado com gentileza. Senti me inundada com amor e atenção, o meu coração quase explodia de felicidade. Ela tirou os braços à minha volta. Aproximou a cara ao meu ouvido e disse:

- Minha querida, eu adoro te mas tu nunca devias ter nascido.

O meu mundo parou, o meu coração partiu em bocados e o chão debaixo dos meus pés abriu com o choque. Na minha mente os pensamentos voavam frenéticos, queria dizer algo mas nenhum som saía. Queria tanto berrar com ela. Perguntar lhe como foi capaz de me fazer isto, contar me assim, meia a sorrir que eu não devia existir. Se ela gostava de mim, como dizia, nem comentava que não era suposto eu viver. Se eu não devia ter nascido o que estou aqui a fazer.

Agora faço o quê? Não posso carregar uma culpa que não é minha. A culpa é dela, é toda dela. Se ela tivesse agido de uma outra forma, o rumo da vida era diferente, e eu não estava aqui. 

Sinto me traída, a minha vida foi uma mentira. 

 

Aviso: Este texto é ficção, não é baseado na experiência de vida de ninguém. 

24
Mai20

Raízes

Sempre Solitaria

Não quero ser árvore com raízes fortes presas na terra. Quero antes ser folha e voar em liberdade sem destino. Quero conhecer o mundo e encontrar o meu rumo, mesmo que demore a percorrer o caminho certo. Quero sentir novas energias, estar em outros locais e visitar a história. Quero acreditar que tenho asas e o horizonte é apenas o meu limite. Não quero ser árvore por agora, porque não sei ainda aonde quero criar raízes. Ainda não chegou essa altura, tenho tanto para ver e aprender. Quero ir ao sabor do vento e das tempestades, caminhando sem pressa de lá chegar.

24
Mai20

Medo

Sempre Solitaria

O medo empurra me para um canto e eu sinto me uma prisoneira. Até quanto, pergunto sem nunca obter resposta. O medo não pede resgate e continuo refém, num cativeiro sem fim.

22
Mai20

Poço

Sempre Solitaria

Caí num poço, ou foi num buraco? Caí num abismo profundo, e lá fiquei, quieta à espera de alguma luz. Não gritei por ajuda, também não sei se alguém iria ouvir. Apenas ouvia o silêncio e sentia frio que congelava, mas a paz não apareceu. 

O silêncio nem sempre representa a paz, só o vazio. 

Pedir ajuda é sempre difícil, nem sei porquê. Ou sei? Pedir ajuda transmite uma ideia de fraqueza, inutilidade, inferioridade ou estas ideias são tolas e pedir ajuda é um ato de coragem? Humildade? Somos um todo e precisamos uns dos outros?

Começou a doer me a cabeça, sinto- a  muito pesada, bati nalguma coisa quando caí. Nem consigo manter os olhos abertos. Fecho os olhos e tento nem pensar, mas a dor continua e tremo de frio. Sinto um arrepio e acordo, não passou tudo de um sonho.

09
Mai20

4 paredes

Sempre Solitaria

Foram todos embora, um por um , sem sequer olhar para trás, sem chamar quem de repente ficou distraído. Só restou o silêncio, só o silêncio porque a paz ainda demora a vir. Foram todos ao encontro da confusão, barulho e filas sem fim, talvez na esperança de encontrarem algo. 

Fiquei eu aqui , só. 

Os meus pensamentos ocuparam o espaço todo, mas não conseguiram ir mais além que estas 4 paredes. Eu e a solidão, juntas lutando contra o silêncio, o desespero , a angústia e também a tristeza. Daqui a pouco, voltam alguns ou quase todos, um a um, ocupando novamente a sala, expulsando os meus pensamentos para dentro de mim, o barulho irá surgir lentamente mas eu nunca deixarei de me sentir tão só. 

05
Mai20

Imaginar

Sempre Solitaria

Imagino-me na praia, sozinha a inspirar o ar da maresia e a sentir a água fria salgada nos pés. Observo o vai e vem das ondas, o som das gaivotas e penso em como a ida à praia mudou bastante. Sento-me na areia molhada e inicio uma espécie de meditação, como esperava não resulta lá muito bem, mas tento numa próxima. A praia está deserta, tranquila numa paz silenciosa. O sol já quer descansar e está a ir embora, e a lua vai chegar a qualquer momento. Sem ter pressa levanto me e caminho lentamente, despeço me da praia e prometo uma nova visita.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2021
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2020
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub