Atualmente usamos máscaras por motivos de saúde, responsabilidade social e prevenção. Antes da pandemia, também usavamos máscaras para representar o que não eramos. Por vezes é complicado decidir que máscara pôr. A pessoa sorridente mesmo não tendo motivos para rir; a pessoa confiante mesmo com vontade de fugir. A pessoa tagarela, fala sem parar só para não ouvir o silêncio. Camufular o que somos e o que sentimos, ser o que não somos, algumas pessoas representam uma vida inteira.

É uma linha fina, aquela que separa a lucidez da loucura. Uma linha tão fina pronta a rebentar a qualquer momento, sem aviso nem sinal. A mente navegua por zonas sombrias, sítios obscuros sem esperança de alcançar a luz. A minha mente já esteve lá demasiadas vezes, voltou a custo com feridas difíceis de sarar. O buraco do poço é tão fundo, aonde a luz do sol não chega e o ar é frio. 

Mesmo consciente é complicado lidar com pensamentos sombrios, só consomem energia mental para não regressar à zona negra. É um exercício mental muito intensivo e exaustivo.