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sempresolitaria

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29
Dez20

Conhecer

Sempre Solitaria

Nos meus devaneios fico a pensar no significado das palavras. Conhecer uma pessoa é diferente de saber quem ela é. Na realidade sabemos quem são as pessoas pelo nome, profissão, morada tudo informações superficiais. Agora conhecer o caráter, as qualidades e defeitos leva tempo e nem chegamos a conhecer metade. Ficamos sem saber o que realmente pensam , os sonhos as lutas internas que enfrentam.

 Até nós próprios não chegamos a nos conhecer por inteiro, ou por medo do que vamos descobrir, ou não temos disponibilidade emocional para isso. 

26
Dez20

Natal

Sempre Solitaria

Fala(va)m tanto como o Natal deste ano vai (ou foi) diferente, como para o ano é que vai ser melhor, a família toda reunida novamente.

O meu Natal foi igual a tantos outros, o mesmo núcleo familiar pequeno. As mesmas rotinas, a mesma ementa, algum silêncio angustiante, sem barulho e risos, sem abraços nem beijinhos, o visionamento de filmes. Em cima da mesa só a comida necessaria e poucos doces. Desta vez a árvore de natal grande ficou em confinamento, juntamente com as bolas e as fitas; a árvore pequena ganhou destaque sem a presença do presépio. É um novo normal. Não existiu nem vídeo chamadas, ou trocas de mensagens por grupos no whatsup, nada de online. Nunca passei natais com muita gente, rodeada dos avós, primos e tios. O Natal não foi triste, apenas normal. 

Espero que tenham tido um bom natal, e que o próximo ano seja melhor. 

23
Dez20

Caderno

Sempre Solitaria

Numa mesa pousado, estava um caderno grande com as folhas em branco. O caderno nem era escolar, nem de linhas, nem quadriculado, as folhas eram brancas e finas tive receio de arrancar alguma por serem frágeis, mas nem pareciam para desenhar. Coisa estranha, pensei eu. Ao lado estava uma caneta , comprida e fina parecia antiga. Mistério, pensei. Um estranho aproximou-se e disse: "Ah já encontrastes o teu caderno". E eu respondi:"O caderno não é meu". O estranho insistiu:" Sim o caderno é teu, é o livro da tua vida que está permanentemente a ser escrito. Cada folha representa um dia, um capítulo um ano. As folhas são brancas tens que preenche las com consciência, com verdade mas também com alegria e saudade. Não podes apagar nada, reescrever ou riscar. Escreve com cuidado, a folha é frágil assim como a vida, e uma frase no contexto errado tem consequências por vezes irreversíveis. Não tenhas medo de escrever coisas erradas, também se aprende e evolui com os erros. Podes desenhar e pintar com coisas alegres, mas não inundas as páginas só de sonhos e ilusões que nunca iram voar; não faças rabiscos tudo deve ter um significado.  Nunca deixes de escrever, mal ou bem todas as experiências são úteis. O livro só acaba quando deixares de escrever." O estranho deu-me um abraço e foi embora. E eu? Eu fui escrever.

15
Dez20

Verdade

Sempre Solitaria

Gosto de escrever textos com duplo sentido, dependendo da perspectiva que se lê, pelo menos tento. Gosto de usar metafóricas para expressar o que sinto. Este texto é diferente, é a minha verdade crua e sombria, sem medos e protegida pelo anonimato, sinto me livre para escrever o que não tenho coragem de dizer em voz alta.

A verdade é que não sou lá muito boa da cabeça, este facto é evidente pelo que escrevo e pelo o que deveria escrever.

No início, pensamentos parvos inundaram a minha mente, era eu uma pré - adolescente. Pensamentos sombrios surgiam do nada, e eu tentava desesperadamente não ligar. Para tentar bloquear os pensamentos comecei a ter comportamentos estranhos, é horrível escrever isto assim como é triste ter a percepção de tudo. Ia verificar se a porta estava mesmo trancada algumas vezes, ligava e desligava a luz aquele número de vezes, tinha que entrar numa divisão com o pé direito, lia a mesma frase num livro imensas vezes o que tirava o gosto de ler. Se eu não fizesse isto, ia acontecer uma coisa horrível. Sofri em silêncio, não é fácil falar em saúde mental com o medo de sermos vistos como malucos. Provavelmente fiquei louca e nem notei. É desgastante psicológicamente, senti me várias vezes com a cabeça em água. Nunca mutilei me ou atentei contra a minha vida, afinal sempre fui mais forte do que pareço. No entanto, sempre tive aqueles pensamentos do estilo" quem me dera nunca ter nascido"; "a vida dos outros seria melhor sem mim"; " quem me dera morrer e reencarnar". Este texto vai longo, e tanto ainda poderia escrever, se a coragem não fugisse.

 Não quero pena, sei que não sou a única com pensamentos estranhos, afinal todos nós temos uma cruz, a minha é esta.

 

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