Deitada no sofá com o corpo cansado, a alma doente e a mente bloqueada, fecho os olhos mas continuo a ouvir os sons vindos da televisão. Sinto um leve afago na cabeça e de seguida um beijo dado aos meus cabelos. Abro os olhos e vejo o sorriso dele, embaraçado e o olhar doce. É bom estas conversas no silêncio. Pedes me desculpas por me teres acordado, e eu sorrio de volta. Agarras-me ao colo e levas me até ao quarto, e com jeito deitas me na cama como se eu fosse frágil.
Lado a lado na cama a olhar um para o outro adormeco pacificamente. Sinto me em segurança e em paz.
Acordo no sofá confusa e demoro tempo para perceber que tudo não passou de um sonho. Oh meu amor, tu não existes. Ou talvez sim , talvez estejas no outro lado do mundo. Talvez sintas um vazio no coração, talvez sintas falta de algo que te complemente. Continuo sozinha na sala, a televisão desligou se automáticamente. Levanto me para o quarto para voltar a sonhar contigo ou para ter novos sonhos.