No horizonte o sol estava tingido de cor de laranja, e a Celeste assistia ao espetáculo antes de começar a caminhada do dia. A Celeste não gostava de fazer o mesmo percurso todos os dias, como muita gente fazia por isso decidia o caminho à medida que ia caminhando pela aldeia.
Nesse dia, numa encruzilhada decide virar à direita, afinal as caminhadas eram sempre calmas e tranquilas pensando que no final nada de mal ia acontecer. Pé ante pé percorreu pela beira da estrada, distraída a observar tudo, à procura de um detalhe novo. Num minuto, viu a decoração nova do exterior de uma casa, noutro minuto aparece um animal escuro. Por uns segundos, Celeste fica petrificada ao reconhecer a cadela, recordou o histórico de ataques dela e gritou em pânico com medo de ser mordida. Quando deu por si, estava deitada no chão a ser mordida. Que maldição a dela, ser atacada duas vezes pela mesma cadela! O dono da cadela lá apareceu e levou a cadela para casa, sem perguntar se ela estava bem ou se precisava de algo. Como depresssa o ataque começou, depressa acabou. Como um animal ferido, a Celeste foi para casa e tratou das feridas. Ainda em choque e a tremer, ao ver o reflexo das feridas no espelho, estava grata por os ferimentos não serem graves. No anterior ataque, as feridas foram mais superficiais do que estas. Ficou desiludida com o comportamento do dono da cadela, que não demostrou nenhuma preocupação nem empatia. Que raio de maldição a dela, que até gosta de animais!
As feridas sararam com o tempo mas desenvolveu crises de pânico e não queria estar sozinha, deixou de fazer as caminhadas. Nunca mais passou pela estrada aonde foi atacada.