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sempresolitaria

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29
Abr22

Guardiã

Sempre Solitaria

Com uma paz e uma serenidade que acalma o dia, a Guardiã vagueia por aí. Ninguém sabe o que ela guarda, é um mistério a sua missão. Talvez ela guarde os sonhos impossíveis, ou o aroma das flores ou talvez guarde a luz interior. 

A Guardiã é uma força invisível que se move na dança das energias, invisível aos olhos não crentes. Ninguém a vê mas sente se a sua passagem. 

12
Fev22

Maldição

Sempre Solitaria

No horizonte o sol estava tingido de cor de laranja, e a Celeste assistia ao espetáculo antes de começar a caminhada do dia. A Celeste não gostava de fazer o mesmo percurso todos os dias, como muita gente fazia por isso decidia o caminho à medida que ia caminhando pela aldeia. 

Nesse dia, numa encruzilhada decide virar à direita, afinal as caminhadas eram sempre calmas e tranquilas  pensando que no final nada de mal ia acontecer. Pé ante pé percorreu pela beira da estrada, distraída a observar tudo, à procura de um detalhe novo. Num minuto, viu a decoração nova do exterior de uma casa, noutro minuto aparece um animal escuro. Por uns segundos, Celeste fica petrificada ao reconhecer a cadela, recordou o histórico de ataques dela e gritou em pânico com medo de ser mordida. Quando deu por si, estava deitada no chão a ser mordida. Que maldição a dela, ser atacada duas vezes pela mesma cadela! O dono da cadela lá apareceu e levou a cadela para casa, sem perguntar se ela estava bem ou se precisava de algo. Como depresssa o ataque começou, depressa acabou. Como um animal ferido, a Celeste foi para casa e tratou das feridas. Ainda em choque e a tremer, ao ver o reflexo das feridas no espelho, estava grata por os ferimentos não serem graves. No anterior ataque, as feridas foram mais superficiais do que estas. Ficou desiludida com o comportamento do dono da cadela, que não demostrou nenhuma preocupação nem empatia. Que raio de maldição a dela, que até gosta de animais!

As feridas sararam com o tempo mas desenvolveu crises de pânico e não queria estar sozinha, deixou de fazer as caminhadas. Nunca mais passou pela estrada aonde foi atacada.

22
Abr21

Contar

Sempre Solitaria

Riscos em números dispostos num quadrado, relembra a passagem do tempo impiedoso. Tudo passa depressa demais, num sopro que abala e deita ao chão construções de castelos de cartas. Papéis escritos em tinta preta, com listas de objetivos e metas nunca concretizados. O som do tic tac do relógio sempre presente, alertando para o facto de o tempo correr sempre. Tenho vontade de partir os ponteiros, esquecer as horas e o próprio tempo. Só quero sem pressas de nada, apenas respirar pausadamente e desfrutar de um instante sem contar as horas.

15
Mar21

Desculpa

Sempre Solitaria

Eu não tenho desculpa, e não existe nenhum motivo que me absolva dos meus erros e da minha culpa. Não mereço perdão nem clemência pelos meus actos. Mereço ser castigada e punida severamente.

O que é que eu fiz de errado? Nada. E o problema é esse mesmo, eu não fiz nada para mudar as circunstâncias e a realidade. As grandes mudanças começam sempre com pequenos passos. Estou cansada de assistir à mesma peça de teatro vezes sem conta, sabendo antes o fim. 

10
Mar21

Silêncio

Sempre Solitaria

Silêncio é a única coisa que posso dar agora. Ausência de palavras também é uma forma de comunicação. No silêncio pesado e longo, no ar sente se o desconforto que aperta o peito e lamenta se em silêncio. Tudo em silêncio. No mais profundo silêncio tudo é dito, e também fica tudo por dizer. Sempre em silêncio. Qualquer dia, as palavras perdem o sentido por não serem usadas. Qualquer dia, será necessário reaprender a falar, estimular a mente a criar conversas sem bloqueios e confusões.

19
Jan21

Momento

Sempre Solitaria

Só é preciso um momento, apenas um momento para tudo mudar. Seja para a felicidade ou para a tragédia basta apenas um momento. Um instante apenas, um minuto para tudo mudar e para o tapete fugir dos pés ou para nem sentir o chão. Num minuto ganha-se ou num minuto perde-se. Desta vez perdi algo, talvez amanhã ganhe.

03
Mar20

Recordar

Sempre Solitaria

O teu corpo frio e vazio de vida, quieto e sossegado e tu embarcas numa nova viagem.

Num instante tudo ficou diferente, demasiado calmo. 

Sonhos e promessas ficaram eternamente a pairar pelo ar, e tu? Aonde foste? Aonde estás? 

Não consigo esquecer aquela imagem do teu corpo, caído e cansado de esperar por melhores dias. Tantas vezes o teu corpo foi palco de transformações, de vida e de desencanto. 

Chegou ao fim um ciclo e começa outro, nem sei de quê. Só sei que chegou o teu fim, e o teu corpo tem o repouso merecido. 

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