Co(n)vid(ado)
Entraste sem bater à porta e nem sequer foste convidado para vir. Sem pedir autorização ficaste ao pé de mim, felizmente não tive grande sintomas mas não apreciei a tua visita. És um vírus mas pareces uma celebridade armada em vedeta, tens nome próprio (designação científica) e também tens nome artístico, tens muitas variantes (que versátil) e adoras ajuntamentos. A grande verdade é que o mundo está farto de ti. Fiz tudo para não a pareceres na minha vida; usar a máscara, desinfetar as mãos e distanciamento social. Tive tanto cuidado, mas apareceste na mesma.
Estive infectada com o covid-19, e não tive sintomas foi (e é) assustador pensar em quantas pessoas infetei sem saber, assim como é assustador pensar que alguém contagiou me sem saber. Também foi assustador perceber a curiosidade das pessoas em quererem saber quem infectou, aonde , quando e como. Sei lá como foi! Foi assustador ver passar os dias e estar em isolamento, e a despensa a ficar vazia mas a ajuda surgiu. Pensei tanto naquelas pessoas que não tiveram a quem recorrer. Foi complicado a nível mental mas sobrevivi.